quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Chovia







































Chovia muito.
Um carro passou por mim. Se não ia a 180 km/h, estava lá perto.
Deixou-me imediatamente a pensar na quantidade de gente inconsciente que por aí anda.

Não mais do que 3 km à frente, fui obrigada a abrandar.
Quando olho? Aí estava ele. Em contra mão. Com a frente desfeita.
Ele e mais quatro carros que fez questão de levar à frente. Igualmente desfeitos.
Nos primeiros segundos só consegui pensar na importância de cada segundo da nossa vida. 
Agradeci pelos 2 minutos que me mantiveram longe de todo aquele cenário desolador.
Depois deixei-me invadir pelas perguntas para as quais tenho tentado encontrar uma resposta:

E se não tivesse acontecido?
Terias crescido?
Terias aprendido alguma lição?

E sabes o que penso? 
Que eu sou como um daqueles quatro carros. 
Que sem que nada o fizesse prever, sem ter como evitar, se vê destruído.

Pudesse o meu coração ter um seguro. Um seguro contra todos os riscos…
Mas nada nem ninguém poderá dar-me um novo. Por isso, saiu disparada do meu próprio corpo. Desesperada. 
Tento apanhar todos os destroços que se espalharam pelo caminho. 
Todos os destroços do meu coração.
Enquanto esta maldita chuva continua a cair sobre mim.

O que se aprende?
Que lição se tira quando se é abalroado pela inconsciência de alguém?
Tu não sentias a chuva que caia sobre ti enquanto caminhavas para mim, meu amor?
Porque me levaste contigo?
(…)

1 comentário:

  1. Quando a chuva passar vais ser tão mas tão feliz...
    Adoro-te e tenho saudades tuas.

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